
Realizaram-se ontem, dia 26 de janeiro de 2023, às 14h30, as Provas de Doutoramento em Ciências da Educação, na especialidade de Educação Matemática, requeridas pelo Mestre Romaro Antonio Silva, tendo como orientadores o investigador do CIEC Pedro Manuel Baptista Palhares e o Doutor José Roberto Linhares de Mattos. O júri foi presidido pela Doutora Laurinda Sousa Ferreira Leite, tendo estado presentes os seguintes vogais: Doutor Pedro Manuel Baptista Palhares, da Universidade do Minho; Doutora Ema Paula Botelho da Costa Mamede, da Universidade do Minho; Doutor Floriano Augusto Veiga Viseu, da Universidade do Minho; Doutora Mônica Maria Borges Mesquita, da Universidade NOVA de Lisboa; Doutor José Sávio Bicho de Oliveira, da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará. No final, o júri deliberou, por unanimidade, aprovar o candidato atribuindo-lhe a menção de “Muito Bom”.
Título da tese: “Apropriação de práticas de numeramento na EJA/Proeja em comunidades quilombolas do estado Amapá – Brasil: A etnomatemática como possibilidade de ensino”
Resumo da tese: A Etnomatemática e a educação de jovens e adultos são os dois grandes temas que sustentam este trabalho, alicerçados à necessidade de uma valorização cultural de comunidades remanescentes de quilombos no Brasil, especialmente para um ensino da matemática que possa valorizar o cotidiano de jovens e adultos e, seus conceitos que são utilizados no dia a dia, também possam ser incorporados para o fazer matemático em sala de aula. Assim, buscou-se apresentar a diversidade cultural presente em três das cento e cinquenta comunidades quilombolas do estado do Amapá, Brasil, em prol de uma equidade para a aprendizagem da matemática em sala de aula por jovens e adultos quilombolas. Inicialmente, a partir de visitas, aplicações de questionários, entrevistas e atividades de observação, foi possível compreender o modo de vida e as principais atividades de jovens e adultos quilombolas da região, com isso, criar conexões com o ensino da matemática e, ao mesmo tempo, trazer reflexões sobre como os professores que atuam com alunos na modalidade EJA e PROEJA incorporam e, se incorporam, essa realidade para o ensino da matemática. A partir da análise desses eventos, identificou-se práticas de numeramento mobilizadas pelos sujeitos em suas crenças, modo de vida, modo de fazer e nas suas necessidades de sobrevivência em seus padrões de comportamento e representações, ideia que também é sustentada nas perceções de Paulo Freire, Gerdes, Ubiratan D’Ambrosio, Fonseca, Palhares e Mattos. Espera-se com este estudo contribuir com uma educação contextualizada e que valorize os mais diferentes saberes matemáticos e grupos sociais, quer em nível local ou global. Espera-se ainda, contribuir com novas pesquisas que estejam concentradas em analisar a educação de jovens e adultos, as comunidades quilombolas, as práticas de numeramento e as relações com a Etnomatemática no campo da Educação Matemática.
Palavras-Chave: Educação de Jovens e Adultos, Comunidades quilombolas, Etnomatemática e Numeramento.