Realizaram-se hoje, dia 29 de março de2021, às 10h, as Provas de Doutoramento em Ciências da Educação, na especialidade de Supervisão Pedagógica, requeridas pela Mestre Rosa Maria de Almeida Maia, tendo como orientadora a investigadora do CIEC Maria Teresa Machado Vilaça. O júri foi presidido pelo Doutor Licínio Carlos Viana da Silva Lima, tendo estado presentes os seguintes vogais: Doutor Rui Marques Vieira, da Universidade de Aveiro; Doutora Maria Isabel Seixas da Cunha Chagas, da Universidade de Lisboa; Doutor Luís Gonzaga Pereira Dourado, da Universidade do Minho; Doutora Maria Teresa Machado Vilaça, da Universidade do Minho; Doutor José Luís de Jesus Coelho da Silva, da Universidade do Minho. No final, o júri deliberou, por unanimidade, aprovar a candidata atribuindo-lhe a menção de “Muito Bom”.
Título da tese: “Investigação-ação colaborativa como estratégia de promoção da reflexão crítica e inovação nas práticas de professores de Ciências”
Resumo da tese: A investigação-ação (IA) tem vindo a ganhar relevo na formação de professores como uma estratégia de promoção da colaboração e supervisão interpares, que visa o desenvolvimento das suas competências reflexivas e de pensamento crítico, potenciadoras de inovação e transformação das práticas. Estes pressupostos estão subjacentes aos modelos Action/Looking back on the action/Awareness of essential aspects/Creating alternative methods/Trial (ALACT) e de reflexão nuclear propostos por Korthagen para a formação docente, que foram basilares nesta investigação. Neste contexto, a presente investigação analisou quais os efeitos nas práticas dos professores de Ciências de uma oficina de formação, que visa prepará-los para a utilização da IA colaborativa no ensino das ciências baseado em investigação. Foram realizados dois estudos complementares. O primeiro foi exploratório e visou conhecer as necessidades de formação dos professores de ciências em relação às práticas de ensino das ciências baseado em investigação, trabalho colaborativo e auto e hétero-supervisão, utilizando uma entrevista semiestruturada (n=16). Os resultados mostraram necessidades de formação a nível do desenvolvimento de trabalho colaborativo, de supervisão interpares e da implementação de projetos de IA. O segundo estudo, focado numa oficina de formação onde participaram alguns professores envolvidos no primeiro estudo (n=13), visou responder às seguintes questões de investigação: (1) Quais são os efeitos da utilização da IA colaborativa no desenvolvimento de competências de reflexão e investigação sobre as práticas?; (2) Como se desenvolvem os processos de auto e hétero-supervisão durante a implementação do projeto de IA colaborativa?; e (3) Como evoluem as práticas de educação em ciências durante o projeto?. A triangulação dos dados foi obtida através do diário da investigadora, portefólio dos formandos, de uma entrevista semiestruturada final aos professores e uma de grupo focal a uma amostra de alunos envolvidos em cada projeto de IA. Foi possível mostrar que os professores envolvidos em projetos de IA colaborativos melhoraram as suas práticas de ensino das ciências, evidenciaram diferentes tipos de reflexividade, apresentaram competências de auto e de hétero-supervisão e capacidade para colaborar na IA. Estes resultados têm implicações a nível da formação contínua de professores e da organização e gestão escolar.
Palavras-chave: investigação-ação, práticas de professores, supervisão, trabalho colaborativo.