O investigador colaborador do CIEC Paulo Costa foi uma das referências centrais da reportagem sobre o abrandamento do bullyng nas escolas durante o período de pandemia. Ainda assim, dados apontam para 115 casos desde meados de março, estimando os estudos mais recentes que cerca de 40% dos jovens entre 13 e 15 anos sofram bullying. No ano de 2017/2018 os números quase chegaram aos 2 mil casos.
“É preciso trabalhar esta perspetiva. é preciso que as crianças e os jovens saibam que se conhecem situações destas e não as denunciam estão envolvidos nelas”, aponta Paulo Costa. O fundador da Associação AntiBullying contra Crianças e Jovens defende mesmo que “as escolas deveriam fazer um inquérito anónimo para averiguarem se mesmo no período do estado de emergência houve ou não situações de bullying, e de que forma. Se houve, é preciso identificar as situações e como estas afetaram os alunos”, conclui.
Para o investigador, que teve como orientadora a investigadora do CIEC Beatriz Pereira, a “virtualidade” dos nossos dias facilita o fenómeno: “Mesmo com ensino à distância é muito fácil para quem quer agredir outro fazê-lo. Ao ligar-se uma câmara está a abrir-se aporta de casa, e quem quer fazer mal pega nas pequenas diferenças, quer seja na forma de vestir do outro quer seja no que há atrás dele.” No caso de Paulo Costa, o seu núcleo optou por aulas no sistema em que os alunos apenas veem o professor: “Não se veem uns aos outros. Não veem o que os colegas estão a fazer, porque isso poderia ser uma das formas que levassem ao bullying. O agressor poderia fazer comentários sobre a forma como outro colega está a fazer o exercício.”
O investigador aconselha que independentemente do grau das agressões em causa, deva sempre ser formalizada uma queixa formal junto das autoridades, porque “assim as escolas têm de assumir as situações”.
Lei a reportagem na íntegra aqui.
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