Realizaram-se no dia 15 de julho de 2019, às 14h, as Provas de Doutoramento em Estudos da Criança, especialidade de Educação Física, Lazer e Recreação, requeridas pela Mestre Ana Paula Rodrigues de Matos, tendo como orientadoras a investigadora do CIEC Maria Beatriz Ferreira Leite de Oliveira Pereira e a Doutora Eduarda Maria Rocha Teles de Castro Coelho. O júri foi presidido pela Doutora Maria da Graça Ferreira Simões de Carvalho, tendo estado presentes os seguintes vogais: Doutora Maria Beatriz Ferreira Leite Oliveira Pereira, da Universidade do Minho; Doutor António Camilo Teles Nascimento Cunha, da Universidade do Minho; Doutor Paulo Vicente João, da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro; Doutora Catarina Margarida da Silva Vasques, do Instituto Politécnico de Bragança e Doutor Iverson Ladewig, da Universidade Federal do Paraná. No final, o júri deliberou, por unanimidade, aprovar a candidata atribuindo-lho, a menção de “Muito Bom”.
Título da Tese: “A Criança e o Transporte Ativo – um programa de intervenção”
Resumo: A vida das crianças é hoje marcada pela falta de autonomia e maior dependência da família nas deslocações para a escola. Práticas parentais com consciência de segurança e dependência do carro, convergem para gerar crianças que vivem vidas cada vez mais sedentárias. Pretende-se identificar e analisar os modos de deslocamento das crianças no trajeto casa-escola e concretizar um programa de intervenção. A tese está organizada em três estudos: Estudo I – estudo exploratório da análise da fiabilidade de um questionário; Estudo II – caraterização do tipo de veículo utilizado, tempo e distância casa-escola, em função da idade e sexo e comparação com seus pais; Estudo III – avaliar a eficácia de um programa de intervenção, implementado numa escola com vista à promoção do transporte ativo. O questionário aplicado “Transporte Ativo e Rotinas” é um instrumento específico que foi desenvolvido no Instituto de Educação – Universidade do Minho. Foi preenchido por alunos e pais. Confirma-se que a reprodutibilidade do questionário “Transporte Ativo e Rotinas”, é aceitável, verificada pelo teste-reteste passado quatro semanas. A distância casa-escola demonstrou ser um dos preditores mais importantes na decisão dos modos de deslocamento. Como meio de transporte os alunos dão preferência ao automóvel, andar a pé e autocarro. Quanto ao sexo e idade não houve diferenças estatisticamente significativas. Existe uma concordância entre a perceção das crianças e dos pais quanto à distância, meio de transporte utilizado e tempo despendido na deslocação casa-escola. Não foi visível uma mudança significativa no comportamento dos alunos relativamente à mobilidade ativa, ainda que se tenham registado pequenas melhorias. Relativamente à posição dos alunos sobre a mobilidade ativa, registaram-se diferenças estatisticamente significativas do pré teste para o pós teste, quer para o grupo de intervenção quer para o grupo de controlo. A mobilidade de e para a escola, deverá ser repensada de um modo prioritário. Deve-se promover a redução de tráfego junto das escolas; privilegiar caminhos pedonais e cicláveis, desincentivar o uso do automóvel, reduzindo ou restringido por completo o estacionamento perto das escolas, acompanhado por uma sensibilização de todos os agentes envolvidos; implementar semáforos para ciclistas e bicicletários; realizar campanhas educativas a favor dos transportes alternativos e permitir ao ciclista a combinação da bicicleta com outros modos de transporte.