Continua já no próximo sábado, dia 13 de Julho, o IV “Música no Claustro”, evento que tem a organização e direcção artística da Prof. Helena Vieira, investigadora do CIEC:
O Auditório Vita realiza nos quatro sábados de Julho, dias 6, 13, 20 e 27, o seu habitual ciclo de concertos ao ar livre “Música no Claustro”, que está já na sua 4ª edição. Dizia Ruy Belo (Meditação sobre uma esfinge) que “[a]rrancadas à morte pelo homem/talvez algumas coisas se equiparem/ ao insistente marulhar dos rios à/condição impassível das constelações”. É na interioridade de um claustro aberto para a noite que o Auditório Vita realiza a IV edição do ciclo Música no Claustro. Convida-se cada um a entrar no seu próprio claustro interior, a entrar no silêncio, a despir o ritmo frenético dos dias e a viajar ao sabor da música antiga e da música contemporânea. Neste diálogo entre a beleza antiga e a beleza contemporânea que podemos tomar nas mãos o fio da história e dar rumo ao nosso melhor futuro. O segundo concerto (13 de Julho) interpretado pelo Ensemble Noa Noa, projecta-nos para as sonoridades históricas e mais actuais do eixo ibérico (Trás-os-Montes, Galiza, Elvas, Catalunha, Astúrias, País Basco, entre outros) num projecto intitulado “Língua”. No terceiro concerto (20 de Julho) o Ludovice Ensemble, com a direcção de Miguel Jaloto, centra-nos na música germânica do período Barroco, com seis sonatas para cravo e traverso de J. S. Bach. Finalmente, no quarto concerto (27 de Julho) somos convidados a retornar ao intimismo “[d]a diáspora interior e da viagem” num programa intitulado “Terra”, interpretado pelo Ensemble Sete Lágrimas, e que apresenta o seguinte “mote”, retirado de um vilancico anónimo do século XVI:
Ay que biviendo no byvo
Ay que no muero muriendo
Ay de mim que no mem tiendo
No soy libre ni cativo
Dichoso ny desdichado
Ny constamte ni mudado
Menos soy muerto ni bivo.
Com las penas que recybo
Bivo io triste muriendo
Ay de mim que no mem tiendo